
"O que mais me convém é estar só.
Considero realmente esse estado como o ideal.
A minha casa é na verdade uma prisão gigantesca.
Isso agrada-me muito. Na medida do possível, paredes nuas. Nuas e frias. Têm um óptimo efeito no meu trabalho; nos meus livros, as coisas que escrevo são assim, parecidas com a minha casa. Surpreendo-me com frequência a achar que os capítulos de um livro são como as divisões da minha casa. As paredes vivem, não é verdade? E as páginas também, como as paredes. Isso basta. É preciso olhá-las intensamente. Quando se olha uma parede branca, vê-se que não é branca nem fria. Quando se vive muito tempo só e já se está habituado, quando se exerceu a solidão e se está, a bem dizer, instalado nela, descobre-se sempre mais ali onde, por qualquer razão que não importa, não há nada. Distinguem-se minúsculas fissuras na parede, pequenos rebordos, desigualdades, insectos. Há uma actividade monstruosa nas paredes.
Com efeito, as paredes e as páginas são perfeitamente semelhantes."
Thomas Bernhard
Fonte: http://um-buraco-na-sombra.netsigma.pt/e_sombra/index.asp?op=6&ano=2007&mes=6
acho uma vergonha não publicarem poemas e não colocarem as fotos de cena... há vergonha nos vossos colegas, é isso? um santo dia a todos
ResponderEliminaro anónimo é o tur, n é?
ResponderEliminarsr anónimo, como vai?
acho do bem você colocar aqui um poeminha dos seus... ficamos aguardando =)
Nova